A voz que clama contra o pecado

“Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que  dizes a respeito de ti mesmo? Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías”. João 1.22-23.

Desde o início da manifestação de Jesus Cristo como Messias, o evangelho da graça de Deus sofre a oposição dos judeus, como o apóstolo João afirmou: Ele veio para os que eram seus, mas os seus não o receberam. A menção dos judeus questionando João Batista apresenta a oposição ao ministério do Messias logo no começo. O quarto Evangelho apresenta a exibição de Deus na pessoa de Jesus Cristo, mas também a rejeição de Jesus Cristo por parte dos judeus. 

O Evangelho é ao mesmo tempo a história do oferecimento do Deus e a rejeição do homem, o relato do amor do Deus e do pecado do homem, a história do convite de Jesus Cristo e sua rejeição por parte do homem. O quarto Evangelho é o Evangelho no qual se combinam em forma única e vívida o amor e a advertência contra a incredulidade.

Os judeus vendo o grande sucesso do ministério de João Batista foram até onde ele estava pregando o arrependimento de pecados e lhe perguntaram se era o Messias. Ele disse que não é o Cristo, nem Elias nem o profeta anunciado por Moisés. Então lhe perguntaram claramente quem ele era. João Batista se identificou com o embaixador de Jesus Cristo, citando o profeta Isaías: Eu sou a voz que clama no deserto. Endireitai o caminho do Senhor

A delegação que foi interrogar João Batista era formada por sacerdotes e levitas. João Batista era filho do sacerdote Zacarias. Ele pertencia à tribo de Levi donde vinham os sacerdotes e levitas. Muitos fariseus e saduceus se apresentaram para serem batizados. A preocupação de João Batista não era com a quantidade de pessoas que eram batizadas, mas era com a qualidade da vida espiritual das pessoas, fazendo um grande apelo em suas vidas para que houvesse transformação de vida e abandono de pecados. 

Os sacerdotes não batizavam os judeus, apenas os prosélitos gentios que desejavam adotar a religião judaica. A grande questão era: porque João Batista estava batizando os judeus, uma vez que eles já pertenciam ao povo de Deus? João Batista é apenas uma voz clamando no deserto espiritual por arrependimento e purificação espiritual. O batismo é o símbolo externo da obra de regeneração que o Espírito Santo faz na alma do pecador. O batismo de João era um sinal da vinda do Messias que batiza com o Espírito Santo e produz a conversão de almas do pecado para viver para Deus.