Homem natural e Homem espiritual

”Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para  que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente”  (1 Co 2.12).

No mesmo contexto em que o apóstolo Paulo afirma que “nós temos a mente de Cristo”, ele também fala do homem natural e do homem espiritual. A expressão “homem natural” nesse contexto significa “nãoespiritual”. Ou seja, o homem destituído do Espírito Santo, que não tem o Espírito Santo, cuja mente é conformada aos padrões terrenos (1Co 1.20), e que, portanto, não pode compreender e aceitar as “coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura” (1Co 2.14). 

O ensino bíblico é que o homem natural não é capaz de compreender a verdade do Evangelho e não aceita as coisas do Espírito, porque lhe são loucura. Ora isso acontece porque esse homem natural não possui a mente de Cristo, mas a mente do mundo, e por essa razão ele não pode discernir aquilo que só se discerne espiritualmente.

 A expressão “coisas do Espírito” se refere às verdades espirituais sobre o pecado, sobre a culpa, sobre a necessidade do arrependimento, da fé em Cristo, do perdão, da redenção, da salvação, da vida eterna, etc. 

 Já o homem espiritual tem o Espírito Santo presente em sua vida, ele não se conforma com esse mundo (Rm 12.2). Ele é um cidadão do céu (Fp 3.20), portanto, ele é peregrino neste mundo (Jo 17.16). Ele é espiritual porque recebeu o Espírito Santo. Enquanto o homem natural não tem o Espírito Santo e segue os seus instintos naturais (Jd 19), o homem espiritual segue o Senhor. Enquanto aquele tem a mente do mundo, este tem a mente de Cristo. Enquanto aquele não aceita e até odeia as coisas do Espírito, este as recebe, com gratidão, as entende,  as deseja e as pratica.

 Isso nos mostra o quão desesperadora é a situação daqueles que não possuem a mente de Cristo. Eles não possuem a presença do Espírito Santo para iluminar seu entendimento a fim de que possam entender tais verdades. Mas esse quadro pode ser mudado. O homem ‘natural’ pode tornar-se ‘espiritual’, pelo regeneração e pelo novo nascimento, como aprendemos em   (Jo 3. 1-15).